
A Doença de Alzheimer é o tipo de demência mais comum, que ocasiona dificuldades progressivas com a memória, pensamento e comportamento. A Portaria Federal No 1298, de 21 de novembro de 2013 – que trata do “PROTOCOLO CLÍNICO E DIRETRIZES TERAPÊUTICAS - DOENÇA DE ALZHEIMER” – define o Alzheimer como “um transtorno neurodegenerativo progressivo e fatal, que se manifesta por deterioração cognitiva e da memória, comprometimento progressivo das atividades de vida diária e uma variedade de sintomas neuropsiquiátricos e de alterações comportamentais”. Aqueles e aquelas que, de alguma forma, sentem-se afetados pela Doença sabem que isso significa um custo emocional e psicológico elevado e que o quadro progressivo de alterações comportamentais e dependência podem gerar efeitos na qualidade de vida dos doentes, familiares e cuidadores.
Até hoje, cientistas não conseguem explicar por quais motivos os neurônios começam a morrer, mas existem fatores de risco que contribuem para o aparecimento da patologia. Os sintomas normalmente desenvolvem-se lentamente e agravam-se com o tempo, tornando-se severos o bastante para interferir na rotina e ações comuns dos doentes.
A Doença de Alzheimer ainda não tem cura, mas existem tratamentos para atenuar os sintomas e diminuir temporariamente a velocidade com que a doença progride. Os medicamentos são importantes aliados para melhorar a qualidade de vida dos Doentes de Alzheimer e de seus cuidadores e familiares. Também são importantes os cuidados e formas de prevenção.

Fatores de risco
O fator de risco mais conhecido da Doença de Alzheimer é o envelhecimento. A maior parte dos indivíduos com a doença tem 65 anos ou mais. De acordo com alz.org®, uma em cada nove pessoas nessa idade e cerca de um terço de pessoas com 85 anos ou mais têm Alzheimer.
Outro fator de risco é a história familiar. Aqueles que têm um dos pais, irmão ou irmã com Alzheimer têm maior possibilidade de desenvolver a doença. Quando a Doença de Alzheimer existe na família, tanto os fatores hereditários (genéticos), quanto os fatores ambientais, ou ambos, têm um papel importante.
Algumas doenças cardiovasculares como pressão alta, diabetes e colesterol aumentam o risco da Doença de Alzheimer.

Prevenção
Estima-se que um bom número de doentes de Alzheimer que hoje tem a doença poderia não ter se tivesse feito algo diferente ao longo de suas vidas. Toda pessoa tem em si a possibilidade da prevenção ou a capacidade de atuar sobre os fatores modificáveis.
- Atividade física regular
Reduz em 50% a chance de uma pessoa ter Alzheimer - Alimentação
- Vida social e atividade intelectual
Aprender uma segunda língua pode retardar o aparecimento da doença em até 5 anos
Evitar ingestão de carboidrato simples como arroz, batata, bolacha, reduz em 30% a chance de uma pessoa ter Alzheimer

Estágios da doença
No estágio inicial da Doença de Alzheimer a pessoa pode funcionar ainda com bastante independência, mantendo sua vida social e rotinas de trabalho e de lazer. Nessa fase, o papel daqueles que estão próximos é o de dar suporte, conforto e amor.
Valorize os pontos fortes da pessoa e encoraje-a a continuar vivendo do modo mais independente possível. Você pode ajudá-la compartilhando agendas, lembrando-a de nomes e de pessoas, rememorando lugares, organizando com ela rotinas e calendários.
A pessoa com Alzheimer também precisa de suporte emocional. Ela pode se sentir frustrada, apreensiva, envergonhada ou isolada. Encoraje-a a compartilhar os sentimentos, a manter-se envolvida nas atividades que gosta e pergunte como você pode ajudá-la.
Não ignore a doença e os sentimentos da pessoa com Alzheimer.
Os estágios intermediários da Doença de Alzheimer são tipicamente os mais longos e podem durar anos. Nesse período, os danos causados pela doença ao cérebro podem dificultar a capacidade de expressar pensamentos e de realizar tarefas rotineiras. A pessoa com Alzheimer pode embaralhar palavras, ter problemas para se vestir, tornar-se frustrada ou agir de modos inesperados, como recusar-se a tomar banho.
Ser um cuidador de uma pessoa com Alzheimer requer flexibilidade e paciência. Na medida em que as habilidades da pessoa mudam e o funcionamento independente se torna mais difícil, é preciso assumir mais responsabilidades. As rotinas diárias precisam ser adaptadas e a estrutura torna-se ainda mais importante.
Aprenda o que esperar do desenvolvimento da doença para que você e a pessoa com Alzheimer possam ter melhor qualidade de vida.
Na medida em que a pessoa com Alzheimer perde gradativamente a capacidade de encontrar as palavras, de expressar pensamentos e de acompanhar as conversas ela também apresenta maior dificuldade em compreender os outros. Mudanças na capacidade de comunicação durante os estágios intermediários da doença incluem dificuldade para encontrar a palavra certa, repetição de perguntas, perda da linha de raciocínio e uso de recursos não verbais.
Você pode ajudar a melhorar a comunicação por meio de mudanças simples como falar devagar e de modo nítido, usar um tom gentil, encorajar a pessoa a continuar sua explicação, evitando critica-la ou corrigi-la, ouvindo atentamente, evitando interrupções.
As emoções e sentimentos que a pessoa com Alzheimer está tentando expressar podem ser mais importantes do que aquilo que está sendo dito. Procure pelos sentimos atrás das palavras.
Nos estágios mais avançados da Doença de Alzheimer, o papel do cuidador é preservar a dignidade e a qualidade de vida da pessoa. Embora haja tipicamente a perda da capacidade de falar e de expressar suas necessidades, pesquisas indicam que é possível manter a conexão.
Nesse estágio, o mundo é experimentado pelos sentidos. Você pode se conectar e expressar seus sentimentos por meio do tato, do som, da imagem, do olfato e do paladar. Tente, por exemplo:
- Tocar sua música favorita
- Ler partes de um livro que tenham significado para a pessoa
- Olhar fotos juntos
- Preparar uma refeição juntos
- Passar seu creme favorito em suas mãos
- Pentear seu cabelo
- Sentar-se com a pessoa em um lugar que agradável