Música e cuidado: INME leva sessões de musicoterapia aos Centros de Convivência de Pessoas Idosas
Desde julho, o projeto MusicalMente, do Instituto Não Me Esqueças (INME), passou a integrar a rotina de três Centros de Convivência da Pessoa Idosa (CCI) em Londrina. A iniciativa marca um novo momento de expansão do atendimento oferecido gratuitamente a pessoas com Alzheimer e seus familiares, agora ainda mais próximo de onde vivem.
A ação contempla as regiões Norte, Leste e Oeste da cidade e teve início com a inclusão de 18 famílias que estavam na lista de espera. Com as oficinas mais próximas de casa, torna-se mais acessível participar de uma proposta terapêutica que promove qualidade de vida, estimulação cognitiva e acolhimento — tanto para quem tem o diagnóstico, quanto para seus parceiros de cuidado.
“É uma ferramenta que vem sendo usada de forma pioneira pelo Instituto na área da estimulação cognitiva em Londrina. Os participantes chegaram curiosos e responderam com muita alegria e engajamento. Para muitos, é um momento de leveza e descontração, inclusive para os cuidadores, que também participam ativamente das sessões”, conta a musicoterapeuta Paola Rodrigues.
As oficinas seguem a mesma metodologia aplicada na sede do INME: um cuidado centrado na pessoa, com estímulo de funções preservadas, espaço para expressão emocional e fortalecimento de vínculos. “A musicoterapia, por si só, já contempla em seus objetivos globais a estimulação e o desenvolvimento de aspectos biopsicossociais e emocionais”, explica Paola. “Nos encontros, buscamos também fortalecer as funções preservadas e oferecer um espaço seguro para a expressão emocional, a convivência e o alívio da sobrecarga do cuidado.”
No CCI Leste, a chegada do MusicalMente foi recebida com entusiasmo. “Adoramos receber esta oficina”, afirma Patrícia Selvatici Preto, coordenadora do espaço. “O projeto MusicalMente veio para enriquecer o trabalho já realizado pelo Centro de Convivência. Com a música, estimulamos a memória, a concentração e a criatividade. Melhoramos o humor, reduzimos o estresse e a ansiedade, e combatemos a depressão. Proporcionar essa socialização é essencial para que todos vivam com mais qualidade de vida e autonomia.”
A coordenadora do CCI Oeste, Roseli Sonoda Gomes, reforça os efeitos positivos da proposta. “Considero de extrema importância desenvolvermos atividades musicais, pois são fundamentais no cuidado de pessoas com Alzheimer. Elas ajudam a estimular habilidades cognitivas e motoras e, ao mesmo tempo, fortalecem os vínculos afetivos entre familiares, mesmo quando há dificuldades de comunicação verbal. Cantar, bater palmas ou acompanhar ritmos simples torna-se uma forma potente de conexão. Incluir a música nas estratégias de cuidado e bem-estar é essencial”, avalia.
As atividades acontecem às sextas-feiras e contam com o apoio da Secretaria Municipal do Idoso e do Conselho Municipal dos Direitos da Pessoa Idosa, fundamentais para viabilizar a presença do INME em novos territórios da cidade. A presença do Instituto nos espaços públicos reforça o combate ao isolamento social e contribui para a criação de redes de apoio, especialmente importantes em um contexto em que o cuidado não farmacológico ainda é pouco acessível.
