Campanha de conscientização mobiliza público e reforça que informação é cuidado.
Duas palestras realizadas em Londrina durante o Setembro Lilás, mês mundial de conscientização sobre a Doença de Alzheimer, mostraram que o interesse da população por informação qualificada sobre a condição é crescente.
Promovidas pelo Instituto Não Me Esqueças (INME), em parceria com a Federação Brasileira das Associações de Alzheimer (Febraz), as palestras foram ministradas por dois especialistas de referência nacional: o geriatra Dr. Marcos Cabrera e o neurologista Dr. Fábio Porto. Juntos, eles reuniram mais de 600 pessoas, entre familiares cuidadores, profissionais da saúde e outros interessados no tema.
A primeira palestra aconteceu no dia 10 de setembro, no auditório do Sesc Centro, com o tema “Pergunte sobre Alzheimer”. O geriatra Marcos Cabrera respondeu, com linguagem acessível e sensível, às dúvidas que cercam os primeiros sinais da doença, o processo de diagnóstico e o que é possível fazer após a confirmação do quadro. Ele destacou que o Alzheimer não representa o fim da vida ativa. Hábitos saudáveis, controle das doenças crônicas e, principalmente, a adoção de terapias não farmacológicas — como as que o Instituto oferece gratuitamente — são ferramentas importantes para preservar a autonomia e o bem-estar por mais tempo.
Já no dia 15, no auditório da Unimed Londrina, o neurologista Fábio Porto abordou o tema “Alzheimer e outras demências: o que todos precisamos saber”. Com o auditório cheio, a participação do público foi intensa e espontânea, evidenciando o quanto esse é um assunto que mobiliza. As perguntas refletiram dúvidas comuns: se a doença pode ser hereditária, quais tratamentos estão disponíveis atualmente, como os medicamentos agem no cérebro e até que ponto eles realmente funcionam.
Dr. Fábio destacou que há, sim, avanços importantes em curso no campo dos tratamentos. Alguns medicamentos têm demonstrado a capacidade de lentificar a progressão da doença, quando iniciados em estágios iniciais. Ainda são terapias de alto custo e pouco acessíveis no Brasil, mas sua existência representa uma mudança significativa no cenário. Para além dos medicamentos, ele ressaltou que o diagnóstico oportuno abre espaço para mudanças concretas no estilo de vida que fazem toda a diferença no bem-estar geral da pessoa diagnosticada.
O sucesso de público e o engajamento em cada encontro reforçam o compromisso do Instituto em facilitar o acesso ao conhecimento e a defesa dos direitos das pessoas que vivem com Alzheimer. Porque cuidar é também informar.