O QUE SÃO E QUAL A IMPORTÂNCIA DAS TERAPIAS COGNITIVAS?
Receber o diagnóstico da doença de Alzheimer ou outra demência coloca muitas pessoas em um lugar desconhecido, que pode gerar inseguranças, medos e preocupações.
Em geral, pouco sabemos sobre a síndrome, como ela irá se desenvolver e de que maneiras nossas vidas serão afetadas por ela.
Se você já vivenciou esse processo, deve ter ouvido que a doença é incurável e que os medicamentos disponíveis podem ter algum efeito sobre seu desenvolvimento, mas podem também não resultar em grandes conquistas.
No entanto, os remédios, mesmo que importantes e necessários, não são a única maneira de lidar com as mudanças cognitivas, comportamentais e emocionais que fazem parte do quadro da doença.
Há vários estudos e experiências que indicam que as intervenções psicossociais têm resultados importantes sobre a qualidade de vida de quem vive com Alzheimer e também de quem realiza seus cuidados, especialmente os familiares.
Nesse sentido, podemos falar especificamente sobre as terapias de estimulação cognitiva, de abrangência biopsicossocial.
Dentro de uma concepção holística, que acolhe os indivíduos de modo integral, as terapias cognitivas, consideradas tratamentos não medicamentosos ou farmacológicos, têm o objetivo de restaurar ou compensar perdas causadas pela doença de Alzheimer.
Com o desenvolvimento da doença, as funções de linguagem, memória, atenção, assim como as funções executivas – por exemplo, planejar rotinas, realizar tarefas ou tomar decisões – vão se reduzindo e alteram a execução de tarefas do dia a dia.
As terapias de estimulação cognitiva, nesses casos, buscam devolver o máximo possível de determinada função ou compensar, por meio de estratégias, aquilo que está em declínio.
Imagine uma pessoa que vive com Alzheimer e que está encontrando dificuldades para organizar suas atividades, confundindo o horário de seus compromissos ou deixando de realizar cuidados cotidianos. Um exemplo simples de como lidar com isso envolveria aprender a usar de um calendário impresso com as atividades rotineiras, afixado em lugar visível para todas as pessoas, incluindo aquelas que ajudam nos cuidados.
As estratégias compensatórias, que podem ser criadas a partir da experiência dos indivíduos, das habilidades preservadas e do padrão de declínio em que se encontram, são importantes aliadas no processo de manter por maior tempo possível a funcionalidade e o bem-estar das pessoas que vivem com Alzheimer e aquelas ao seu redor.
Outras intervenções incluem treinos cognitivos para estimular as funções em declínio e terapias de regulação emocional para ajudar as pessoas a lidar com sentimentos e emoções.
Os benefícios das terapias envolvem melhora na cognição, qualidade de vida, humor e atividades da vida diária.
Além disso, as terapias, por serem normalmente em grupo, envolvem aspectos de socialização, do lúdico e da realização prazerosa de atividades.
Com esse panorama, fica mais fácil entendermos como as terapias cognitivas podem ser úteis às pessoas com doença de Alzheimer, bem como seus familiares, cuidadores e toda a rede de apoio.
A pessoa com Alzheimer precisa lidar com uma série de novas habilidades emocionais ao passo em que descobre a doença e essa progride. A aceitação do diagnóstico, e também dos sintomas, é uma das principais situações que podem ser melhor conduzidas por meio de recursos terapêuticos.
Fortalecer as cognições para possíveis mudanças e demandas é um fator determinante para a qualidade de vida da pessoa com Alzheimer, uma vez que a disfunção das emoções e sentimentos pode adoecer o indivíduo e afastá-lo de atividades e momentos de prazer.
As terapias cognitivas ajudam a manter a confiança, a autoestima e a paciência para lidar com as decorrências da doença de Alzheimer, como os esquecimentos e a irritabilidade.
Mas, mais do que isso, permitem que a pessoa com demência encontre equilíbrio para aproveitar todos outros momentos da vida, afinal, há muito para se viver para além do diagnóstico de Alzheimer.
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